Morar fora do Brasil pode parecer um sonho, mas por trás das conquistas, muitas vezes existe uma saudade silenciosa e a dificuldade de se adaptar.
A sensação constante de ser estrangeiro, mesmo depois de anos. Tudo exige esforço: entender, pertencer, funcionar.
Você já não sabe mais se é de lá ou daqui. Sente que perdeu partes suas, mas não sabe onde reencontrá-las.
Cobrança para “dar certo”, medo de fracassar, dificuldade em se sentir suficiente.
A saudade machuca: aniversários, perdas, conquistas... sem estar junto de quem você ama.
Diplomas que perdem valor, recomeços difíceis, talentos invisibilizados.
Você perdeu lugares, rotinas, laços. Mas ninguém vê ou valida essa dor e ela segue viva.
Esses desafios emocionais são mais comuns do que se imagina entre brasileiros no exterior.
Desde o início da minha trajetória como psicóloga, há quase 15 anos, venho me dedicando a acolher brasileiros que vivem fora do país - que estão em processo de mudança, retorno, adaptação ou que simplesmente precisam lidar com todas as inúmeras questões que se colocam com a vida no exterior. Esse movimento, tão cheio de camadas, merece um espaço onde a escuta seja profunda, cuidadosa e, acima de tudo, humana.
Sou PhD em Psicologia e me dedico a pesquisas voltadas às identidades migrantes. Meu Mestrado foi realizado na UFES, em parceria com a Università di Bologna, na Itália, e meu Doutorado foi desenvolvido com a Humboldt-Universität zu Berlin, na Alemanha, com apoio do Deutscher Akademischer Austauschdienst (DAAD). Também atuei como professora universitária em cursos de graduação e pós-graduação, sempre conectando teoria e prática com a vida real de quem vive longe de casa.
Já morei na Holanda, Alemanha, Inglaterra e Itália. E, como tantas pessoas que atendo, sei o que é sentir-se entre dois mundos — e, às vezes, em nenhum. Falo português, inglês, alemão, francês e holandês, e estou aprendendo japonês. Cada idioma me ensina uma nova forma de estar no mundo e essa é uma riqueza que levo também para o consultório.
Aqui, você encontra um lugar de escuta, com quem compreende as nuances emocionais da vida migrante.